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ONG desafia Daniel Chapo: Desmantelar ou manter os esquadrões da morte?

 



O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) levantou uma questão urgente ao recém-empossado presidente de Moçambique, Daniel Chapo: o futuro dos controversos esquadrões da morte. Segundo a ONG, esses grupos, compostos por cerca de 300 homens, são responsáveis por inúmeras execuções e operam sob ordens de unidades estratégicas no país.

De acordo com o CDD, os esquadrões da morte atuam em Moçambique desde o governo de Joaquim Chissano, expandindo-se de Maputo para outras províncias. Inicialmente, as execuções visavam pessoas envolvidas em corrupção ou detentoras de informações sensíveis sobre o governo, além de opositores políticos, como membros proeminentes da Renamo, que até o ano passado era o maior partido da oposição parlamentar.

Entretanto, nos últimos dez anos, durante a presidência de Filipe Nyusi, os esquadrões ampliaram sua lista de alvos, especialmente em períodos eleitorais. Entre as vítimas de destaque mencionadas pelo CDD estão o professor Giles Sistac (2015), o ativista Anastácio Mataleve (2019), o advogado Elvino Dias (2024) e o político Paulo Guambe, membro do Podemos.

Atualmente, conforme relatado pela ONG, os esquadrões da morte agem abertamente, sem qualquer tentativa de ocultação. Informações sobre possíveis alvos passaram a circular livremente nas redes sociais, desafiando a sociedade moçambicana e a comunidade internacional. Casos emblemáticos, como os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe, foram precedidos por ameaças públicas feitas por pessoas ligadas ao poder.

O CDD afirma que esses grupos operam com total impunidade. Um exemplo recente ocorreu no dia 15 de janeiro, durante a cerimônia de posse de Daniel Chapo, quando três jovens foram mortos por um esquadrão ligado à Unidade de Intervenção Rápida.

Diante deste cenário, o CDD exige uma resposta do novo presidente: desmantelar os esquadrões da morte ou perpetuar sua existência?

Fonte: MZNews 

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