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Maputo, 27 de fevereiro de 2025 – Membros da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma das forças especiais da Polícia da República de Moçambique (PRM), manifestaram publicamente o seu desagrado em relação a declarações recentes do Presidente da República, feitas durante uma visita à província de Cabo Delgado.
Na ocasião, o Chefe de Estado afirmou que, "se for necessário, vamos derramar sangue para combater as manifestações", uma declaração que gerou forte indignação entre os próprios agentes da UIR e em diversos setores da sociedade moçambicana. Segundo os membros da UIR, tais palavras incentivam a violência brutal e colocam as forças de defesa e segurança contra o próprio povo moçambicano.
Em comunicado interno que circula entre agentes da unidade, os polícias alertam que algumas ordens recebidas são ilegítimas e violam direitos fundamentais. “Nos preocupa ver colegas a cumprir ordens sabendo que são contra a lei e contra o povo que juramos proteger”, afirmaram. Os agentes apelam aos colegas para agirem com consciência, respeitando os direitos humanos e evitando o uso excessivo da força durante manifestações.
A mensagem também dirigiu críticas ao ministro do Interior, Paulo Chachine, que recentemente afirmou que a polícia não perdeu autoridade perante a população. Segundo os membros da UIR, o problema real não é a autoridade, mas sim a perda de respeito e confiança da população em relação à polícia. “Sem a confiança do povo, não há verdadeira autoridade”, reforçaram.
O apelo final é para uma convivência pacífica entre as forças policiais e as comunidades, destacando a importância de garantir os direitos dos cidadãos e recuperar o respeito da população através de intervenções legítimas e transparentes.
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