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MDM acusa Chapo de dar "carta-branca" à polícia para reprimir a população



O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusa o Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, Daniel Chapo, de conceder liberdade irrestrita à Polícia da República de Moçambique (PRM) para reprimir violentamente os cidadãos.

Segundo Ismael Nhacucue, porta-voz do MDM, as recentes declarações de Chapo representam uma orientação direta às Forças de Defesa e Segurança para usarem a força de maneira letal contra manifestantes. "As palavras do Presidente incentivam a polícia a agir sem restrições, resultando em um cenário onde a repressão pode escalar para níveis alarmantes", afirmou Nhacucue.

As declarações do MDM surgem após um discurso de Daniel Chapo, na segunda-feira, em Cabo Delgado, onde ele mencionou que "faria jorrar sangue" dos manifestantes. Em resposta às críticas, o Presidente justificou que suas palavras foram retiradas do contexto e que se referia exclusivamente a manifestações ilegais que violam a Constituição. Durante o Conselho de Ministros, seu porta-voz, Inocêncio Impissa, reforçou essa posição e criticou a propagação de informações distorcidas pela imprensa.

Apesar dos esclarecimentos, o MDM alerta para um histórico de violência policial contra membros da oposição e teme uma intensificação da repressão. Além disso, criticou Chapo por comparar os protestos atuais com o início da guerra civil de 16 anos, acusando-o de desconhecer a história do país. "Ao traçar essa analogia, o Presidente demonstra arrogância e falta de compromisso com a reconciliação nacional", apontou Nhacucue.

Para o MDM, o líder do país deveria adotar uma postura que promovesse a coesão social e a unidade nacional, em vez de alimentar um ambiente de hostilidade e medo.

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