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No distrito de Gondola, província de Manica, seis cemitérios localizados na zona de Pumbuto estão a ser devastados por operadores ilegais que extraem madeira em toros. Os exploradores têm invadido áreas sagradas, desrespeitando espaços onde repousam ancestrais e figuras importantes das comunidades locais.
Um dos locais mais afetados é o cemitério Nhacurerua, situado à beira do rio Nhamatope. Neste local estão sepultados o régulo de Pumbuto e outros membros da população. No entanto, a área tem sido alvo constante de extração ilegal de madeira.
Independentemente do tamanho ou idade das árvores, tudo é abatido se houver valor de mercado. Espécies centenárias que outrora ofereciam sombra aos que ali choravam seus mortos são agora derrubadas por motosserras movidas pelo lucro, ignorando o valor espiritual do lugar.
Filomena João, residente local, conta que vários dos seus familiares estão sepultados no cemitério. Para ela, a ação dos madeireiros não representa apenas um roubo ambiental, mas também uma violação ao descanso dos seus entes queridos.
As atividades de corte ocorrem durante a noite, e a madeira extraída é transportada em camiões para a cidade de Chimoio, onde acaba por ser vendida.
Durante a cobertura da reportagem, uma equipa da Agência de Controle de Qualidade Ambiental (AQUA) chegou ao local e manifestou preocupação com o impacto cultural e espiritual da prática. A instituição reconhece que há crimes que ultrapassam os limites legais, atingindo valores morais profundos, e garantiu que medidas serão tomadas para proteger esses espaços sagrados.
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