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Edil de Quelimane apela a investigações independentes sobre crimes cometidos por forças de segurança
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Após o atentado contra o músico Joel Amaral, conhecido como MC Trufafa, o presidente do Conselho Municipal de Quelimane, Manuel de Araújo, solicitou uma investigação célere e imparcial sobre a atuação da polícia durante os protestos pós-eleitorais. O apelo é dirigido ao Presidente da República, Daniel Chapo, a quem Araújo pede que autorize missões de organizações internacionais de direitos humanos para averiguar os acontecimentos.
“Quem nada deve, nada teme. Se Moçambique não tem nada a esconder, que permita a presença de entidades como a Human Rights Watch, Amnistia Internacional e a Comissão de Direitos Humanos da ONU, para ouvirem os relatos das vítimas e fazerem o seu trabalho com liberdade”, declarou Araújo.
Em entrevista à DW, o autarca manifestou indignação com o ataque a MC Trufafa — funcionário da edilidade — classificando-o como um "ato bárbaro". Segundo Araújo, várias organizações internacionais já solicitaram autorização desde o final de 2024 para realizar investigações, sem resposta por parte das autoridades moçambicanas.
O edil alertou ainda para uma onda de violência em Quelimane, denunciando alegados casos de perseguições, abusos e execuções sumárias atribuídas a membros das forças de defesa e segurança, conhecidos como "esquadrões da morte". “Recebemos relatos de vários distritos onde agentes têm agido como juízes, violando a Constituição e tirando a vida a cidadãos inocentes”, afirmou.
A Amnistia Internacional também se manifestou sobre a situação. Miguel Marujo, diretor de comunicação da organização em Portugal, condenou o ataque ao músico e enfatizou a urgência de investigações independentes para esclarecer casos semelhantes. “É fundamental garantir liberdade de expressão e responsabilizar os autores de tais crimes”, defendeu.
A organização publicou, nesta quarta-feira (16), um relatório intitulado “Protestos sob ataque: Violações dos direitos humanos após as eleições de 2024”, detalhando ações violentas das forças de segurança contra manifestantes, incluindo o uso de armas de fogo, gás lacrimogéneo e balas de borracha. O documento denuncia ainda mortes ilegais e ferimentos graves, inclusive em crianças.
Embora o Presidente Chapo tenha reconhecido, em janeiro de 2025, a existência de vítimas entre civis e agentes da polícia, a Amnistia aponta que até agora não houve justiça para os afetados. “Além de assistência médica e compensações, é necessário levar os responsáveis a julgamento justo, com investigações rigorosas e transparentes”, concluiu Marujo.
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