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Homens armados interromperam a circulação na Estrada Nacional 14 (EN14), entre Ancuabe e Montepuez, em Cabo Delgado, no último sábado (12), causando preocupação quanto à possível abertura de uma nova frente de ataques no sul da província. O incidente envolveu a queima de camiões e exigência de valores entre 10 mil e 200 mil meticais para libertar reféns e veículos retidos.
Um dos reféns relatou, sob anonimato, que os agressores usavam uniformes semelhantes aos das forças especiais do exército, embora sem as típicas boinas vermelhas. Segundo ele, o grupo estava armado com metralhadoras e facas, e obrigou os motoristas a pagar resgates em dinheiro.
Outra testemunha confirmou a extorsão: cerca de seis indivíduos teriam bloqueado a estrada, abordando veículos e cobrando dinheiro dos ocupantes.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou o ataque, mas informou que ainda não conseguiu identificar os responsáveis. Eugénia Nhamussua, porta-voz da PRM em Cabo Delgado, afirmou que não há confirmação oficial sobre envolvimento de grupos terroristas, já que os relatos são baseados em testemunhos de terceiros.
As autoridades indicaram que o tráfego na via foi retomado e que estão em curso investigações para apurar os autores dos ataques. A PRM prometeu partilhar mais informações assim que houver dados concretos.
Especialistas alertam para agravamento da crise
A ocorrência, inédita nessa zona da EN14, levanta preocupações sobre uma possível expansão das ações de grupos armados para o sul de Cabo Delgado. O analista político Aly Caetano vê o episódio como um sinal de que as forças insurgentes podem estar mais ativas do que se pensava.
Para ele, o ataque contradiz a narrativa oficial de que os líderes terroristas foram eliminados e que o movimento foi enfraquecido. Ele destaca também o impacto socioeconômico que os bloqueios nas estradas podem causar, dificultando o transporte de bens e elevando os preços dos produtos.
Recentemente, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, já havia alertado para a presença de grupos desconhecidos extorquindo motoristas em diversas estradas da região, embora tenha afastado qualquer ligação direta com os insurgentes que atuam desde 2017, citando métodos distintos.
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