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ONU vai cortar orçamento e pessoal

Falta de dólares provoca escassez de combustíveis em Moçambique



A crescente dificuldade em adquirir combustíveis nos postos de abastecimento em Moçambique reflete de forma evidente a escassez de divisas estrangeiras, num momento em que o Governo planeja implementar medidas de alívio.


Embora as autoridades garantam haver reservas de combustíveis suficientes para cobrir a procura durante os próximos seis meses, a realidade nas ruas é outra: filas de carros tornaram-se frequentes nas bombas onde ainda há combustível disponível. Em muitos postos, fitas e cones bloqueiam o acesso às bombas secas, revelando um cenário preocupante.


Em 2023, as reservas internacionais registaram uma recuperação, após o Banco Central deixar de fornecer diretamente dólares para a importação de combustíveis. Atualmente, essas reservas superam o nível indicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).


Apesar disso, o défice comercial continua a gerar pressão sobre a economia. No ano passado, Moçambique importou 164 milhões de dólares a mais do que exportou. O gás natural está a aproximar-se do carvão como principal produto de exportação, ambos com um valor aproximado de 2 mil milhões de dólares.


Este mês, o Governo aprovou um projeto de 7,2 mil milhões de dólares para instalar uma segunda plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito (GNL). A expectativa é que o país arrecade cerca de 23 mil milhões de dólares ao longo dos próximos 25 anos.


Contudo, estas receitas ainda estão distantes. A nova unidade só deverá começar a produzir a partir de 2028, e outro projeto maior, avaliado em 20 mil milhões de dólares e liderado pela TotalEnergies SE, permanece paralisado.


Enquanto isso, atrasos no apoio financeiro do FMI e a diminuição da ajuda norte-americana contribuem para agravar a escassez de dólares no país.

(Fonte: Moneyweb)

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