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Partidos Políticos Repudiam Ataque a MC Trufafa e Apelam à Investigação



Os principais partidos políticos moçambicanos com representação no Parlamento classificaram como um ato grave de intolerância política o atentado contra o músico Joel Amaral, conhecido como MC Trufafa, e exigem uma investigação rigorosa por parte das autoridades competentes.


O artista, conhecido por apoiar Venâncio Mondlane e por compor músicas utilizadas em campanhas políticas de 2023 e 2024, foi baleado no último domingo (13/04), na cidade de Quelimane, na província da Zambézia. O ataque ocorreu no bairro Cualane 2.º e foi cometido por indivíduos não identificados. Segundo informações médicas, Trufafa permanece em tratamento intensivo, mas apresenta sinais de recuperação.


Em comunicado oficial, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) manifestou profunda indignação, denunciando o uso da violência para silenciar vozes da oposição e considerando o incidente como um atentado à liberdade de expressão e à democracia. A legenda critica a FRELIMO, acusando-a de utilizar métodos repressivos para se manter no poder e coloca em dúvida a abertura ao diálogo sobre reformas políticas.


O partido Podemos também condenou veementemente o ocorrido, classificando o ato como um esforço deliberado para travar o progresso do país, e prometeu empenhar-se para que os responsáveis sejam identificados e punidos com rigor.


A RENAMO não ficou indiferente e afirmou que o atentado representa uma séria violação dos princípios democráticos. O partido apela por uma investigação célere e imparcial, alertando para os perigos de se normalizar a violência como forma de reprimir opiniões divergentes.


Por outro lado, a FRELIMO emitiu uma nota expressando preocupação com o caso, reafirmando sua condenação à violência e encorajando a população a colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos.


Em reação ao incidente, Venâncio Mondlane ameaçou convocar novos protestos ainda mais intensos caso a alegada perseguição a seus apoiantes continue. O político, que contesta os resultados das eleições de 9 de outubro, liderou recentemente manifestações que resultaram em centenas de mortes e amplos danos materiais, conforme dados de organizações civis. O governo contabiliza pelo menos 80 mortos e milhares de infraestruturas destruídas durante os confrontos.


Este não é o primeiro ataque relacionado ao grupo de apoio de Mondlane. Em outubro de 2024, o seu assessor jurídico, Elvino Dias, e o mandatário do Podemos, Paulo Cuambe, foram assassinados a tiros numa emboscada em Maputo — um crime que continua sem esclarecimentos.


O presidente moçambicano, Daniel Chapo, também se pronunciou, considerando o ataque contra Joel Amaral uma grave ameaça à democracia, e exigiu uma investigação completa sobre o caso.


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